quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Aquiles Priester - Entrevista - 1ª Parte

Aquiles Priester. Para muitos, baterista da banda Hangar (www.hangar.mus.br), mas um fenômeno indiscutível que, inúmeras vezes, foi considerado um dos melhores bateristas de heavy metal do mundo, deixando legiões de discípulos e aspirantes do seu estilo marcante, cheio de virtuosidade com muita pegada e velocidade.
Mas não pensem que sua caminhada foi fácil. Mesmo sendo supervisor de marketing de uma multinacional, Aquiles sempre encontrava tempo de manter suas técnicas em dia, mesmo que fosse na hora do seu almoço.
Para administrar uma carreira, é preciso ter objetivos, metas e ter foco e determinação. Para quem conhece o Aquiles, sabe que essas são suas principais características. Com vocês, o empreendedor, Aquiles Priester.


1) Como um músico pode construir uma banda de sucesso? Quais são os requisitos, além de ser um bom músico, que uma pessoa deve levar em consideração?
Aquiles Priester: A primeira coisa, com certeza, é a dedicação. Sem isso ninguém consegue chegar a lugar algum, independente do mercado que esteja atuando. Outra coisa fundamental é você ter uma visão clara de onde quer chegar e de que forma você pode traçar um bom plano para atingir seus objetivos. E, para finalizar, ser muito persistente e ainda acreditar que você pode ter forças para transformar todos os NÃOS em SIMS!


2) Como você investe na sua carreia como músico? Já sabemos que o mercado musical no Brasil é complicado, mas como você sobrevive com tranqüilidade? Tem algum investimento próprio voltado para a música?
Aquiles: Invisto todo o meu tempo no Aquiles Priester baterista, compositor, músico de estúdio, produtor, professor e profissional de workshops. Preocupo-me em ter excelência em tudo que faço e quando alguma estratégia dá errado, faço questão de mapear todo o processo novamente para saber exatamente onde errei, pois muitas vezes, o momento em que o erro aparece não significa que ele só tenha acontecido naquela parte do projeto. Sou um péssimo perdedor. Posso dizer com tranquilidade que sou muito feliz com a vida que levo, mas preciso estar atuante sempre. Nunca vou achar que tudo está bom o suficiente para relaxar. O mercado muda com muita rapidez e preciso estar certo que estou acompanhando essa evolução com naturalidade, sem me atropelar correndo atrás de alguma coisa que perdi. Prefiro me manter atualizado sempre.

3) Gostaria que você esclarecesse aos leitores do Blog, como funciona o patrocínio. Existe essa possibilidade de ganhar instrumentos, existe uma cota, um desconto? Quais são as obrigatoriedades? O que um músico tem que ter em mente ao buscar um apoio de alguma marca?
Aquiles: Com o expressivo aumento de músicos em busca de patrocínio no universo musical, posso garantir que ele só existe realmente sem nenhum ônus para o músico, quando ele é mais benéfico para a empresa do que para o músico. Quando o músico ainda não tem expressão suficiente, a empresa costuma cobrar do músico um preço de custo para poder viabilizar o patrocínio. Cada patrocínio é diferente de empresa para empresa e de músico para músico. Em algumas situações, a empresa pode até remunerar o músico financeiramente e em outras não.  

4) Antes de entrar para o Angra, você trabalhava em um ritmo denso, mas, mesmo assim, estava preparado para um teste de alto nível. Como gerenciar sua rotina pessoal, familiar e profissional?

Aquiles: Mantendo o foco no que você acha importante para a sua vida. Sempre quis fazer tudo o mais bem feito possível. Para isso, muitas vezes você precisa abrir mão de momento de relaxamento para se manter focado no seu objetivo. Muitas pessoas não querem abrir mão de assistir televisão, jogar vídeo game, passar horas e horas na internet, por que isso as fazem felizes e eu respeito isso. No entanto, pode ter certeza que esse tempo poderia ser empregado em outras coisas que podem ser tão ou mais importante que isso. É tudo questão de ponto de vista. Ninguém está errado, você só precisa saber o que você busca para o seu futuro. Na maioria das vezes, a família é sempre sacrificada, pois eles são os únicos que realmente entendem a importância das coisas na sua vida.


5) Como surgiu a idéia de lançar uma biografia? O que o leitor pode esperar desse lançamento?

Aquiles: Sempre fui uma pessoa muito próxima do público, pois por mais que a pessoa me ache um ídolo, faço questão de mostrar que sou totalmente acessível e exatamente igual a qualquer outra pessoa. O que me diferencia é a dedicação quando preciso focar num objetivo, e nada e nem ninguém pode mudar isso. Sempre recebo muitos e-mails de pessoas me dizendo que se identificaram com minha história e que isso lhes dá força para seguirem escrevendo suas histórias. Logo, percebi que poderia ser ainda mais legal se as pessoas pudessem saber mais detalhes sobre minha vida. A biografia já está na fase de revisão e diagramação e está ficando muito legal. Mostra exatamente o backstage da minha vida. É como se o leitor pudesse estar ao meu lado em todos os momentos da minha vida, desde minha infância até a realização do meu maior sonho, que foi tocar com o Nicko McBrain no festival Drummer Live em Londres em 2006. Mesmo tendo iniciado minha carreira em Foz do Iguaçu em 1986, eu sempre soube que conseguiria chegar ao meu objetivo, não porque era melhor ou diferente de ninguém, mas porque sabia que minha dedicação a tudo que me submeto é muito focada e vou até o fim em tudo que me proponho. Na biografia falo de tudo abertamente, da minha infância dura, do convívio com a família, dos percalços de tentar ser músico, das frustrações de todas as bandas que não deram certo e principalmente de todos os problemas e alegrias que tive depois que me tornei profissional. Todos os assuntos, até os mais polêmicos foram abordados abertamente. Abri a caixa preta da minha vida e tudo estará na minha biografia... Tudo mesmo!!! Tenho certeza que vou acabar com o conto de fadas e as pessoas vão perceber que ser músico é bem diferente do glamour que se vê no palco.

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