quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Artigo: Metrônomo: O amigo de todo tempo

É indiscutível afirmar a importância do metrônomo aos instrumentistas. Mas antes de entrar em uma bordagem mais ampla sobre esse artificio, é necessário explicar de forma resumida o que é o metrônomo. O metrônomo foi criado em 1814 e apresentado em público em 1816, pelo seu inventor, o alemão Maelzer Johann Nepomuk (1772/1838). Originalmente o mesmo era movido mecanicamente à corda (como mecanismo de relógio), feito de madeira em um formato de uma pequena caixa piramidal, possuindo um pêndulo onde uma haste com um peso móvel era fixa na parte inferior, que sendo deslocada de um lado para o outro, indicava determinados andamentos. Nessa haste, tinha variantes de andamentos do 40 ao 208 BPM (batidas por minuto). A principal finalidade desse artefato, através de um “click” auditivo, era marcar o tempo, ou seja, o andamento da música para essa não oscilar de maneira perceptível ao ouvido humano. Do mesmo jeito que o coração do homem bate em uma fração de tempo, isto é, batidas por minuto, a música deve obedecer um andamento tornando-se ela desse modo, mais coesa. Com a tecnologia nos dias de hoje, já é possível encontrar metrônomos digitais, que são capazes de aumentar ou diminuir seu volume e desse modo usar com um fone de ouvido (in-ear). Além da possibilidade de volume, os metrônomos podem ser adaptados através com o campasso da música, dando a tranqüilidade ao músico de manter o tempo ideal da música, sem correria e atropelos. Mas como tudo é motivo de opiniões diferentes, muitos questionam da utilidade do “click”. Encontra-se pensamentos positivos e negativos quanto ao seu uso. Assim mostra a necessidade de listar “contras” e “prós” na qual aqui está sendo feita de maneira organizada.

Prós

  • Precisão no andamento;

  • Facilidade de gravar em estúdio. Nos dias de hoje, 90% das gravações feitas em estúdio profissional exige a presença do metrônomo, para a música sair perfeita.

  • Organiza os estudos. Com o metrônomo, o músico pode medir sua progressão no instrumento, ou seja, ele pode marcar os andamentos e observar sua evolução.

  • Abre portas para gravação como dito antes, e também para trabalhos onde exige playback, isto é, trechos de músicas pré-gravadas de instrumentos não executados no palco. Exemplo: Um banda com há um vocalista, um guitarrista, um baixista e um baterista. Através do playback, essa banda poderá ter partes de teclado, violino, orquestra tocadas simultaneamente com a banda.

  • Com o “click” o baterista perde a possibilidade de “sair fora” do tempo, e assim deixando a música encaixada perfeitamente com o resto da banda.

  • Qualquer músico usando o metrônomo ganha a possibilidade de contagem, ou seja, o instrumentista adquire a capacidade de poder contar os compassos da música, os tempos fortes e fracos.

Contras

  • Possibilidade do vício. Muitos músicos, principalmente bateristas, não conseguem tocar sem o metrônomo, assim viram escravos do artefato impossibilitando qualquer “jam sessions” que queira participar.

  • Preço. Os metrônomos eletrônicos atuais têm um preço muito elevado.

  • Para músicos de palco, nesse caso bandas de baile, o uso do metrônomo torna-se um pesadelo. A necessidade de ter um bom “click” junta com o necessidade de adquirir excelentes fones de ouvido, os quais esses não podem ser de uma qualidade mediana, e sim profissional. O fone precisa ser vedado, ou seja, a música ambiente precisa ser ouvida de forma que não atrapalhe o “barulho” do metrônomo. De qualquer maneira, apesar de existir bons fones na banda, ainda torna-se impossível conseguir ouvir o “click”. Motivo: a massa sonora em uma banda de baile é muito alta, forçando assim os músicos juntarem ao seu arsenal de equipamentos um amplificador de fone que tem por objetivo aumentar o som natural do metrônomo, deixando o “barulho” bem mais alto.

  • Margem de erro; ZERO. A possibilidade de erro quando estar tocando com metrônomo pode ser alta, ou baixa; determinando essa taxa pelo músico. Como ninguém é perfeito, se o instrumentista errar em uma musica onde é necessário o uso do “click” a apresentação inteira da música se perde. É impossível voltar ao andamento sem nenhuma oscilação na musica. Pode ser imperceptível, mas no caso do playback, ai não tem jeito.

  • O músico fica impossibilitado de aumentar ou diminuir o andamento conforme a agitação do público presente.É claro que essas são algumas características universais taxadas pelo uso do metrônomo. Uns odeiam, outros idolatram, mas nesse caso, o fato de mostrar os dois lados desse artificio pode mostrar de forma boa ou ruim aos músicos profissionais. Até amadores fazem uso do metrônomo para o estudo caseiro.

Assim fica em aberto uma conclusão final; Usar ou não usar o metrônomo? É claro que os artifícios para melhorar a qualidade da música é essencial, mas é necessário ter conhecimento e percepção para ser bem usado.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...